Conheça
Vida que vem do barro e das plantas em Chã da Pia zona rural de Remígio
Uma arte
ancestral, que vem atravessando os tempos, mesmo com toda a modernidade e suas
avançadas tecnologias, sobrevive em Chã da Pia, zona rural de Remígio, no
Assentamento Oziel Pereira.
Por Lourdinha Dantas
Trata-se
da produção de louças e outras peças utilitárias e decorativas em barro,
trabalho realizado inicialmente pelas chamadas Louceiras do Assentamento Oziel
Pereira, mas que atualmente também envolve jovens rapazes e moças que
descobriram nessa atividade uma forma prazerosa de trabalhar e desenvolver suas
aptidões artísticas, além de contribuir para preservar a tradição, que remonta
à época em que tribos de índios habitavam a região.
O
detalhe é que as peças são produzidas da forma mais rudimentar possível, apenas
com o uso das mãos e um caco de cuia e um pedaço de madeira para burilar.
Segundo o consultor da ACG Turística, Carlos Almeida, a comunidade é a única em
toda a América Latina a produzir peças de barro por esse sistema. Os artesãos
trabalham sentados no chão
A
responsável por esse resgate é a artesã e professora Ivaneide dos Santos, a
Vânia, que sentiu a necessidade de despertar nos jovens do assentamento o
interesse pela preservação da cultura do barro por um outro viés que não apenas
as louças, mas agora com o olhar voltado para as peças decorativas, em que eles
podem usar a criatividade de forma mais livre, inclusive utilizando tintas
coloridas para decorar as peças.
Vânia
buscou o apoio da Prefeitura de Remígio, que por sua vez recorreu ao Sebrae-PB.
Isso há apenas um ano. A partir de então, os jovens, inclusive um rapaz e uma
moça filhos dela, frequentaram um curso de dois meses em Areia-PB, em que
aprenderam novas técnicas de pintura e se tornaram reponsáveis por transmitir
os conhecimentos a outros jovens.
Orientada
pelos consultores contratados pelo Sebrae, Mírian Rocha e Carlos Almeida, Vânia
e seu marido, Ricardo Santos, construíram um local específico para exibiçãoe
venda das peças, a que denominaram Tapera Artesanato. E agora vendem também
outras peças artesanais produzidas pela própria Vânia, além de sandálias,
pulseiras e chaveiros em couro, confeccionados por Ricardo, ele também artesão.
Mas não só isso. Vânia também faz licores e macerados (cachaça maturada em
frutas ou rosas).
A
Tapera foi idealizada para atender ao projeto da produção associada. Por isso,
é possível agendar um café para degustar os deliciosos bolos típicos da região,
doces com frutas da época, sucos naturais, café com leite, chá medicinais com
plantas do quintal, e ainda assistir à demonstração da técnica de produção da
cerâmica.
É
possível, também, fazer caminhadas até o plantio de coqueiros, onde se
encontram as ervas medicinais. O agendamento é feito para o mínimo de uma e
máximo de dez pessoas. O local tem capacidade de receber até quarenta pessoas. Estivemos
lá no sábado (23), a convite da gestora de Turismo do Sebrae, Regina Amorim, em
companhia de outros jornalistas, e ficamos impressionados com tudo o que vimos.
Uma
curiosidade, muito importante nesses tempos de globalização e velocidade da
comunicação: existe rede wi-fi na Tapera Artesanato! De lá mesmo você vai poder
contar a todo mundo tudo o que viu de maravilhoso!
Serviço:
Tapera
Artesanato
Assentamento
Oziel Pereira
Chã
da Pia
Zona
Rural de REmígio-PB
Contato:
Ivaneide dos Santos / Ricardo Gomes dos Santos
Telefones:
(83) 99638-6357 / (83) 99841-2827
Facebook:
http://www.facebook.com/Loiceiras-do-Oziel-Pereira/
Fotos: Lourdinha
Dantas (Divulgação)
Lourdinha Dantas
é jornalista e gosta de compartilhar as experiências que vive quando viaja, e
também divulgar eventos culturais, tudo junto & misturado no seu facebook
“Diz que fui por aí – Andanças da Lou”.