A beleza dos
vitrais
Vidral na sede do anexo da Assembléia Legislativa da Paraíba |
Por Teresa Duarte
Fotos Edson Matos
Vitrais, uma arte milenar que floresceu
na Europa durante a Idade Média, amplamente utilizados na ornamentação de
igrejas e catedrais, e que, com o passar do tempo, eles foram introduzidos a
outros ambientes. As técnicas empregadas para a fabricação de um vitral são as
combinações de vidro e chumbo; vidro e latão; vidro e fita de cobre (Tiffany) e
fusing.
Para confeccionar cada tipo de vitral
são utilizados materiais e ferramentas diferentes. Em João Pessoa alguns
prédios públicos utilizam essa arte como forma de decoração, superando o tempo e
produzindo imagens retratadas, que, reforçadas sobre o efeito da luz do sol
expõe figuras harmoniosas e muito bem destacadas nas cores e brilhos.
Vitral do Colégio Liceu Paraibano |
Muito bem conservados nós encontramos
vitrais no Palácio da Redenção, Colégio Estadual Liceu Paraibano e no Memorial
Parlamentar da Assembléia Legislativa da Paraíba. O vitral instalado no Liceu
Paraibano chama atenção dos alunos e visitantes. Eles foram importados da
Europa um pouco antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, formando um
conjunto de figuras harmônicas coloridas, mantendo seus valores resgatados no
tempo.
São figuras da arte, ciências e
literatura. O sol e estrelas são destaques no vitral da escola. Alunos estão
sempre a observar o vitral decifrando os enigmas desenhados, “eu não me canso
de olhar essas figuras feitas com tanta perfeição, e fico imaginando qual foi a
inspiração desse artista na época que confeccionou essa bela obra de arte que
vem sobrevivendo ao tempo”, destacou o estudante Paulo Antônio de Lima.
No Palácio da Redenção, sede oficial do
Governo do Estado, muito embora não esteja localizado em espaço muito visível,
o vitral não passa despercebidos. Instalado no teto, logo na subida das escadarias
principais do palácio, a obra foi feita no Atelier Moser Recife e colocada em
1931, gestão do então governador Antenor Navarro, retratando o Brasão, escudo
usado como timbre nos papéis oficiais do Estado.
Eldésia de Carvalho, funcionária do
Cerimonial do Palácio, fala com muito carinho sobre a obra de arte. Ela conta
que o vitral sempre chama atenção nas escadarias, principalmente porque ele
retrata com muito zelo as figuras que formam o Brasão, “o vitral tem chamado a
atenção dos visitantes ao palácio por conta das cores e da perfeição com que foi
confeccionado, exibido com perfeição as imagens do nosso Brasão”, destaca.
O desenho, muito bem destacado com a luz
do sol, uma paisagem lembra a simplicidades do paraibano, retratando o sertão
com um homem guiando o rebanho e o Litoral com um belo sol nascente. Ao lado
esquerdo da imagem do vitral uma ramagem de cana-de-açúcar e do lado direito
uma ramagem do algodão, principais produtos agrícolas da Paraíba destacados no
Brasão que data 1586.
Uma história de amor em comemoração as
bordas de ouro do casal Antônio Mendes Ribeiro, deu origem aos dois vitrais
instalados em uma sala no prédio do Memorial Parlamentar da Assembléia
Legislativa da Paraíba. Conforme Bethania Vasconcelos, diretora da divisão do
memorial, as peças chamam a atenção dos visitantes, principalmente estudiosos
por ser ele confeccionado com lentes opalinas.
“Nós recebemos visitantes de diversos
lugares, principalmente estudiosos que se encantam com a beleza dos vitrais
confeccionados em lente opalina trazidos da Europa em 1896, sendo adquirido
pelo proprietário da casa somente em 1946”, revelou. São dois vitrais, um
retrata a Santa Barbara e o outro a Sagrada Família. Não existe registro sobre
o autor do vitral que passou por um processo de restauração em 2010 pelo
restaurador Euclides Leal.
Vitral instalado no teto do Palácio da Redenção |
Origens dos
Vitrais -
As origens dos vitrais são impressivas, segundo historiadores remonta a Idade
Média, sendo comuns no Oriente nos séculos IX. O vitral era visto como algo
exuberante, principalmente pelos magníficos efeitos produzidos pela entrada da
luz solar, projetando uma variedade de cores no interior dos ambientes,
principalmente das igrejas.
A
arte do vitralismo foi se espalhando aos poucos, chegando ao Ocidente através
do Mediterrâneo, e foi no Ocidente que a arte se fortaleceu, a qual era adotada
para reforçar a espiritualidade, dosar e equilibrar a luz, sublinhar a harmonia
geral da arquitetura transmitindo tranqüilidade ao ambiente, proporcionar a
entrada de luz multicolorida.
No
inicio os vitrais tinham por objetivo ilustrar as cenas bíblicas, contando as
histórias por meio de figuras num tempo em que uma pouquíssima parcela da
população sabia ler. Os vitrais, portanto, eram essenciais para guiar o povo de
acordo com os ensinamentos religiosos através das figuras ilustrativas. E era uma
das primeiras artes góticas da História. A cor era elemento essencial para os
vitrais que, através da luz que vinha de fora da igreja, despertavam a
curiosidade das pessoas em relação às histórias contadas em forma de
ilustração. Era um meio de atrair a população às igrejas, com adornos e formas
jamais então vistas nas paredes cinzas das catedrais. Fonte: http://obviousmag.org
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