segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Um olhar para o Centro Histórico de João Pessoa


 
Como é encantador o Centro Histórico de João Pessoa!!!
A capital paraibana, João Pessoa, tem o título de terceira cidade mais antiga do Brasil, e o seu Centro Histórico foi reconhecido como patrimônio nacional, tombado pelo IPHAN, em 2009. O Centro Histórico de João Pessoa possui uma área tombada de 370 mil m2, com uma beleza ímpar em meio à 502 edificações que integram esse conjunto arquitetônico, com destaque para o Teatro Santa Roza - um dos mais antigos do Brasil -, a igreja de São Francisco, o Convento de Santo Antônio, o Convento Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o Mosteiro de São Bento, o Pavilhão de Chá na Praça Venâncio Neiva, a Casa da Pólvora, a Praça Antenor Navarro, a Assembleia Legislativa, o Palácio da Redenção, o Tribunal de Justiça, e tantos outros que guardam a história da nossa cidade e da nossa sociedade.
 Visitando o Centro Histórico de João Pessoa, temos o sentimento de que fazemos parte dessa história que começou em 1.585, no Porto do Capim, local de fundação da cidade, e que permanece ainda hoje, em cada espaço, marcado pelo casario, pela singularidade, pelas praças, parques e ruas, pela memória das famílias que ali habitaram, enfim uma inesquecível viagem no tempo... No centro comercial urbano de João Pessoa ainda predomina algumas atividades de serviços de instituições financeiras, comércio atacadista, comércio varejista de alimentos e bebidas, tecidos, consultórios médicos e odontológicos, entidades públicas, e um rico núcleo empresarial de micro e pequenos negócios culturais.
Diferentemente é o espaço empresarial do eixo litorâneo, cuja maior concentração de negócios são os serviços de hospedagem, bares e restaurantes, os centros comerciais e demais atividades que atendem ao turista e à população residente na área. Pensando na cidade como um todo, o Centro Histórico de João Pessoa precisa ser sentido por todos os empresários, gestores públicos, comunidades, entidades técnicas, Institutos de Ensino Superior, como o coração que dá vida à cidade, como espaço atrativo e funcionalmente eficiente.
 A gestão do centro urbano não se restringe apenas à recuperação física das moradias e empresas e a valorização do patrimônio histórico e arquitetônico. É preciso promover ações que incentivem o desenvolvimento do centro urbano e fomente planos para o futuro, de interesse comunitário, abrangendo os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais. O processo de gestão de um centro comercial urbano depende do compromisso de vários atores, compartilhando objetivos, experiências e recursos financeiros, utilizando o modelo de cooperação público-privada, para a gestão desses espaços econômicos e sociais. Para isso é preciso estimular a sua capacidade de inovar localmente, possibilitar a acessibilidade às redes empresariais contribuindo para a melhoria do funcionamento das empresas e impulsionando a competitividade territorial.
 É necessário um projeto de excelência urbana que favoreça a atividade comercial e aumente a atratividade na área, portanto, é prioridade a acessibilidade de pedestres, a criação de ambientes paisagísticos, agradáveis e não excludentes, melhorar o mobiliário urbano, a iluminação e a segurança pública, integrar redes wifi, sistema permanente de limpeza pública, sinalização e controle ambiental. A funcionalidade econômica dos centros urbanos precisa estar integrada às atividades de cultura e lazer, hospitalidade e turismo, ou seja, ao entretenimento que complementa e dá vida ao mundo dos negócios.
Existe uma tendência mundial de recuperação urbana e funcional de centros urbanos, pela importância que tem o comércio urbano no desenvolvimento e vitalidade das cidades. Para isso é preciso buscar especialistas em "gestão de centros comerciais urbanos", para discutir com os atores locais o gerenciamento de áreas urbanas economicamente mais dinâmicas e analisar as novas formas de gestão de centros comerciais urbanos, os modelos avançados que permitem gerenciar a cidade de forma eficaz, inovadora e democrática.
Fica aí a dica para os governos, as autoridades, os empresários e a sociedade civil organizada. Precisamos enxergar o Centro Histórico de João Pessoa, não apenas como uma área de problemas, mas como um espaço público de grandes oportunidades, aliadas à inovação, à diversidade cultural, ao turismo, transformando-o em um lugar habitável e sustentável, de uso comercial e social, de empresas inovadoras, um espaço para a realização eventos e festivais temáticos, assim como acontece em vários países, a exemplo, da Espanha, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, dentre outros.

Regina Amorim - Gestora de Turismo
Fotos – Evandro Pereira

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