domingo, 31 de julho de 2016

Conheça Vida que vem do barro e das plantas em Chã da Pia zona rural de Remígio


Uma arte ancestral, que vem atravessando os tempos, mesmo com toda a modernidade e suas avançadas tecnologias, sobrevive em Chã da Pia, zona rural de Remígio, no Assentamento Oziel Pereira.

Por Lourdinha Dantas

Trata-se da produção de louças e outras peças utilitárias e decorativas em barro, trabalho realizado inicialmente pelas chamadas Louceiras do Assentamento Oziel Pereira, mas que atualmente também envolve jovens rapazes e moças que descobriram nessa atividade uma forma prazerosa de trabalhar e desenvolver suas aptidões artísticas, além de contribuir para preservar a tradição, que remonta à época em que tribos de índios habitavam a região.

O detalhe é que as peças são produzidas da forma mais rudimentar possível, apenas com o uso das mãos e um caco de cuia e um pedaço de madeira para burilar. Segundo o consultor da ACG Turística, Carlos Almeida, a comunidade é a única em toda a América Latina a produzir peças de barro por esse sistema. Os artesãos trabalham sentados no chão

A responsável por esse resgate é a artesã e professora Ivaneide dos Santos, a Vânia, que sentiu a necessidade de despertar nos jovens do assentamento o interesse pela preservação da cultura do barro por um outro viés que não apenas as louças, mas agora com o olhar voltado para as peças decorativas, em que eles podem usar a criatividade de forma mais livre, inclusive utilizando tintas coloridas para decorar as peças.

Vânia buscou o apoio da Prefeitura de Remígio, que por sua vez recorreu ao Sebrae-PB. Isso há apenas um ano. A partir de então, os jovens, inclusive um rapaz e uma moça filhos dela, frequentaram um curso de dois meses em Areia-PB, em que aprenderam novas técnicas de pintura e se tornaram reponsáveis por transmitir os conhecimentos a outros jovens.

Orientada pelos consultores contratados pelo Sebrae, Mírian Rocha e Carlos Almeida, Vânia e seu marido, Ricardo Santos, construíram um local específico para exibiçãoe venda das peças, a que denominaram Tapera Artesanato. E agora vendem também outras peças artesanais produzidas pela própria Vânia, além de sandálias, pulseiras e chaveiros em couro, confeccionados por Ricardo, ele também artesão. Mas não só isso. Vânia também faz licores e macerados (cachaça maturada em frutas ou rosas).

A Tapera foi idealizada para atender ao projeto da produção associada. Por isso, é possível agendar um café para degustar os deliciosos bolos típicos da região, doces com frutas da época, sucos naturais, café com leite, chá medicinais com plantas do quintal, e ainda assistir à demonstração da técnica de produção da cerâmica.

É possível, também, fazer caminhadas até o plantio de coqueiros, onde se encontram as ervas medicinais. O agendamento é feito para o mínimo de uma e máximo de dez pessoas. O local tem capacidade de receber até quarenta pessoas. Estivemos lá no sábado (23), a convite da gestora de Turismo do Sebrae, Regina Amorim, em companhia de outros jornalistas, e ficamos impressionados com tudo o que vimos.

Uma curiosidade, muito importante nesses tempos de globalização e velocidade da comunicação: existe rede wi-fi na Tapera Artesanato! De lá mesmo você vai poder contar a todo mundo tudo o que viu de maravilhoso!

Serviço:

Tapera Artesanato
Assentamento Oziel Pereira
Chã da Pia
Zona Rural de REmígio-PB
Contato: Ivaneide dos Santos / Ricardo Gomes dos Santos
Telefones: (83) 99638-6357 / (83) 99841-2827
Facebook: http://www.facebook.com/Loiceiras-do-Oziel-Pereira/

Fotos: Lourdinha Dantas (Divulgação)

Lourdinha Dantas é jornalista e gosta de compartilhar as experiências que vive quando viaja, e também divulgar eventos culturais, tudo junto & misturado no seu facebook “Diz que fui por aí – Andanças da Lou”.

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